É fato que depois que toda essa pandemia da COVID-19 passar estaremos vivendo em um mundo completamente diferente, transformado pelos hábitos incorporados durante o distanciamento social e pela própria conscientização da natureza do relacionamento humano, valorizando a convivência em sua plenitude.
Conforme a pesquisa realizada pela consultoria Talenses em parceria com a Fundação Dom Cabral e divulgada pelo Valor Ecônomico, acreditamos que o Home Office será um desses hábitos que serão incorporados.
A mudança no comportamento das pessoas e as constantes evoluções tecnológicas permitem que o Home Office se consolide e passe a ser uma solução viável para grande parte do mercado de trabalho.
O grande desafio será superar a barreira cultural, a falta de confiança e a dificuldade da gestão remota.
Pelo lado do colaborador, o trabalho em casa pode ser uma excelente alternativa para melhorar a qualidade de vida, pois não perderá tempo com deslocamentos, poderá fazer as refeições em casa e aproveitar melhor o tempo em família, balanceando a vida pessoal e profissional. Porém existe uma questão em relação a sua gestão, que envolve disciplina, automotivação e resiliência, para manter o nível de produtividade e entregas.
Por outro lado, as organizações podem reduzir gastos com infraestrutura e pessoal, mas necessitam investir mais em processos e tecnologia para estabelecer um modelo de gestão adequado para atuar de forma descentralizada e geograficamente dispersa, melhorando assim as soluções de comunicação e gestão.
Tratar as barreiras de comunicação já era a prioridade de todo líder, mas agora em um modelo descentralizado, se torna uma atividade muito mais relevante e complexa.
Com uma equipe descentralizada, os líderes precisarão estar muito mais atentos e próximos para identificar as dificuldades que os colaboradores possam estar passando, e para mitigar os problemas de gestão do time.
A qualidade do trabalho final vai depender do bom andamento do relacionamento do líder com sua equipe, da clareza das metas e da expectativa do resultado, e finalmente do engajamento dos colaboradores com os compromissos assumidos.
Existem diversas plataformas colaborativas que podem ajudar na integração, comunicação e gestão das informações, assim como aplicativos para a realização de reuniões em salas virtuais, mas o processo de transformação deve ser muito mais amplo, considerando além dos sistemas, novos processos e recursos capacitados para operar neste novo modelo.
Finalizando, sugerimos um diagnóstico de gestão para avaliação do processo de transição com posterior estruturação de um projeto piloto, considerando um planejamento bem definido, assim como o desenvolvimento das métricas e critérios de avaliação do sucesso da iniciativa, para depois analisar, ajustar o que for necessário e fazer o rollout para todas as áreas da organização.
Autor: Pedro Auler – Managing Partner HACHI Gestão Empresarial